Fonzi Screamer em Carrow Road

Norwich City 2001/02

Na virada do ano, após a negociação frustrada com clube de menor escalão, outro de história, mas sem grandes ambições, contatou-me e rejeitei polidamente. Eis que,(?)  após (aprés?) mais uma notícia de demissão, um clube de Norfolk me contata. "Queremos que você nos ajude a sair dessa situação". "Carrow Road não merece isso". "Veja, nós entendemos a competição da Premier League, as expectativas". "Nós não podemos cair para a última divisão profissional"."Estamos depositando nossa confiança em você". 

"Assumi o Norwich City numa situação muito ruim na classificação. Vários jogadores insatisfeitos, pouca capacidade de contratar jogadores, baixo orçamento salarial. Fui ver os pontos positivos, normalmente quando o jogo é o treinador eles conseguem contratar vários jogadores que você não teria status, a não ser que o time estivesse voando. Já falamos do "balneário", agora quanto ao "plantel" seria possível achar 11 jogadores pra começar o próximo jogo??

E bem, o time tinha jogadores bons, só que estavam na reserva. Tínhamos um jogador com técnica muito apurada que entraria no time para ficar na meia central, com forward run, cuidaria das bolas paradas (corners), e segunda opção nos tiros diretos. Curiosamente, era filho do Kenny Dalglish e jovem!

Outro que estava na reserva mas não tinha por que (de estar ali) era o jogador mais rápido do time, Giallanza, que teve passagem pela seleção suíça. Ele ficaria como opção de ataque principal ao lado de, na minha opinião a estrela da companhia, o dublê de Beckham, padre irlandês. O time que vinha sendo usado não dava o destaque para o melhor jogador, usava muitos jogadores velhos que tinham reputação muito alta mas não rendiam. Por isso tirei uma espécie de Stanley Matthews do time, o Wayne Collins (que seria uma opção de ponta direita).

O time tinha um líder claro, Barry Hunter, zagueiro e umas opções interessantes no ataque. Como sabia do nível da Second Division, apostei num jogador de 20 anos do Celtic que tinha atributos bem balanceados e era atacante com pace 13. Esse tipo de jogador costuma se dar bem quando tem que criar, dominar bolas, e ter uma boa disposição de correr atrás o jogo inteiro. Assim, fiz uma mistura dos jogadores típicos dessa divisão com jogadores que poderiam ter vantagens técnicas ou físicas sobre o jogador médio da segunda divisão. O bom é que os jogadores velhos eram bons em determinação, então acabavam não se esmorecendo após um gol no meio do jogo. Pude me concentrar em jogadores com menos profissionalismo (Hard work, influence, aggression) para contratações, buscando assim quem fizesse um papel melhor dentro das táticas. Um jogador que se destacava era o lateral esquerdo. Ele foi ganhando aos poucos mais jogo, run with ball, cross ball, passe direto. Ele possibilitava uma opção tática a mais. Por sorte o outro canhoto, o meia também era bom. Dessa maneira, mesmo com o jogo tendendo para o uso de alas, optei por um esquema com laterais e meias.

Uma mudança que eu fiz também foi no gol. Tínhamos o Robert Green, estrela inglesa em outros CMs e um goleiro contratado pelo treinador da CPU. Não vi muita qualidade no outro goleiro e o Green tinha futuro. Fiz a mudança.

Agora com o meu novo melhor jogador definido, queria que ele estivesse o mais perto do gol possível para arrematar. E como ele cobra falta (ainda tá no elenco), poderia pegar confiança e ter mais chances de fazer gol. Aí botei ele de MAC, puxando a setinha para o lugar do ataque. Ele estava também com long shots. Não o centralizei, deixei o time pendendo pra esquerda, e o centroavante ficando no lugar de atacante na direita, usando o pé favorito para o chute, sem precisar driblar, e tendo como principal atribuição correr, receber lançamento, simplesmente dar um tapa e ganhar na corrida. No ataque ninguém conduzia bola, então as jogadas eram mais de finalização. 

A melhora da tática veio com a atribuição do MAC em pressionar o adversário, como faria um poacher, tackling duro e marcando homem, geralmente um zagueiro ou volante recuado, com press the ball. Os pontas (na posição normal da linha de 4) depois também pressionariam o lateral e dariam pressão.

Nesse jogo, por algum motivo, o jogador que se destaca mais vezes (nem sempre) é volante ou meia central quando sobe ao ataque. Então a condução de bola seria muitas vezes feitas por ele, as vezes o filho do Kenny, ou outro cara que ganhava o maior salário do time, mas eu não via muita qualidade em atributos. A zaga era para matar jogada e sem muita participação, com exceção do lateral esquerdo. 

Instruções do time - todas as mais simples, com tackling hard. Quem ganhava cartão botava normal. É bem mais fácil fazer isso no CM que nos FMs novos, pois toma muito tempo clicar e carregar as telas, parar a simulação... Só o MAC com setinha pra cima. No segundo tempo colocava o Gialanza no ataque, porque os atacantes titulares tinham muitas qualidades.

Tudo definido, começam os jogos sob minha direção. Jogo fora, time mais ou menos porém melhor classificado, Oldham. Típico time da second division. 4x1 pra mim com gol do Giallanza depois de entrar, alguns jogadores cansados. Seguimos, agora um adversário maior (Cambridge) e na minha casa, teria que propor o jogo, sem tanto espaço, mais brigado pra torcida não reclamar (eheheh). Vitória por 2x0, detalhe que eu tinha um zagueiro técnico, coisa rara pra divisão, que bateu o pênalti e converteu,  o que foi uma falha minha em não escolher os batedores. Surpreso já com a má administração anterior...

Reforço o time com um volante emprestado (são dois permitidos) que tinha grande capacidade de marcação. Terceiro jogo, time certinho... 1x0. Os jogadores estavam mais felizes, os reservas entravam pro time, o Gialanza era o melhor, a ponto de jogar na meia direita, mesmo sendo F RLC. O time com melhora na briga no meio campo e jogadores mais completos passava a ter mais opções além do jogo especulativo, uma maior previsibilidade dos resultados.

Após isso, tivemos nossa primeira derrota, fora, não criamos, não tivemos audácia, nem pânico. Como iríamos reagir? Bem eu não ia esperar tudo começar de novo. Emplaquei uma contratação fora de série. Um jogador que tinha tentado para o Chelsea quando fiquei com poucas opções no elenco após vender Desailly, Leboeuf (que é mais ou menos e declarou que ia sair de graça) e Melchiot.

Neil Ruddock aceitou sair do Crystal Palace após problemas pessoais. Uma vantagem do Norwich é que eles tiveram grandes receitas com vendas de jogadores anteriormente.  Ele veio por 190mil libras, salário de 2.700 libras/semana (140mil libras ao ano) e 32 anos na cara. Pagou cada centavo com inúmeros tackles, headers e alguns gols. Como eu tinha o zagueiro técnico, além do líder, se eu tivesse problemas de expulsão eu podia rodar o elenco e aos poucos colocar o time mais pra frente, o que tirava um pouco de pressão da zaga e reduzia os cartões, a depender da sequência de jogos.

Depois vitória em casa pra dar moral contra o Brentford por 4x2. Ótimo. Hat trick do atacante jovem emprestado do Celtic. Ele ficaria sem contrato no fim do ano, então eu tentaria pegá-lo de graça e ainda poderia emprestar de novo no outro ano (ele não quis vir pra cá de graça :P). Já estávamos muito melhor na classificação, eu já precisei ver as regras para subir de divisão: primeiro e segundo promovidos, e do terceiro ao sétimo playoffs para apenas uma vaga.

O time tinha cara: um goleiro que podia ser ótimo, dois zagueiros muito bons para a divisão, um de nível premier league para times médios, um lateral muito forte, agora um meia cão de guarda, e o time com uma forte presença pela esquerda. Pela direita era mais jogada individual mesmo. O time fazia gols na velocidade, e chutava bastante muito por causa do MAC.  Acumulei ainda outra vitória boa contra o Plymouth (excelente base), empate com o Reading e tmb com o Millwall (esse um pouco mais fraco).

Uma série de jogos interessantes: Lincoln e Notts Co. O Lincoln tinha o jogador Dion Dublin, que tinha sido comprado pelo Man Utd por 7,5 milhões de libras e saiu para ser jogador/treinador do Lincoln ganhando 49.500 libras por semana. TUDO MUITO REALISTA... E um grande teste pra minha zaga. Jogo em casa, menos chances para ele fazer o serviço. Foi vencido por 1x0. Próximo jogo: Nottingham County, a 2h e meia de trem de Norwich. Eu já achava que ia dar uma surra no time até que... aos 82 minutos, o time com a tática pega ratão típica (3-5-2 com alas e um meia virando mac) veio conduzindo a bola pelo centro, meu meia tentou roubar a bola e acertou o bote (o Dalglish) mas a bola pererecou, o outro meia deles catou a bola, deu um lançamento para o atacante, que marcou. Já era muito tarde pra voltar. Primeira derrota em casa. Por que jogaram tanto?

Eram nossos rivais. Esses jogos tem que ter muito cuidado, mas não sabia do fato (e não dá pra ver no general info no CM...). Depois disso perdi 2, ganhei 2, empatei 2. Quando notei a proximidade do playoff, comecei a parar de melhorar o time e tentar fazer um time mais equlibrado. Isso é batata: quer ganhar campeonato: junte uma boa defesa com um estilo ofensivo. Quer ganhar mata mata? Concentra em todos os detalhes e no equilíbrio, ganhar os duelos, ganhar a bola. Cheguei a ficar em 3o mas caí para 4o.

Resultado: fui pros playoffs contra o 5o! Primeiro time: Darlington. Eu não achava que era um time bom. Dois jogos. Em casa decidimos praticamente. 2x0. Atuação impecável do meia que eu queria tirar do elenco que ganhava muito dinheiro... o filho do Dalglish tinha se lesionado e o cara ganhou o lugar. Nessa altura, jogou bem fica. Não interessa. Jogo de volta... 5x1! Bom, nós não temos talento suficiente... o jogo contra o Brentford tinha sido aberto, time ofensivo contra time mais compacto, com algumas armas. Esse aqui teve...2 gols do capitão, 2 do atacante completo (acho que seria esse o papel nos FMs) e um em subida pela esquerda do ponta.

A final do playoff seria em um jogo apenas. Com um detalhe: o jogo seria em Wembley, como até hoje acontece! Attendance: 59514! Nada mal pra quem ficou 7 meses lendo jornal e cozinhando filezinho sassami.

QUE ATMOSFERA!! Time com grande história mas não tão grande, o Port Vale. Eu tinha chances. Botei o melhor que eu podia. Coloquei o zagueiro tático para poder ter mais a bola no pé, e velocidade caso conseguíssemos a bola e eles atacassem no espaço. Bom, não foi nada bom. Nosso goleiro entregou aos 10', e aos 35' fizeram 2x0. É, e o outro chute foi pra fora.

Eu não estava acostumado a jogar com times ofensivos. Eles usaram de novo o pega ratão 3-5-2, só que agora o que se usa na Inglaterra mesmo, com as setinhas pra cima na posição dos MAE(D), três zagueiros. Óbvio que você precisa de alas com excelente condição física e boa condução de bola, meias criativos e meias marcadores, atacantes que saibam jogar, zagueiros com velocidade. Nenhuma opção que realmente eu pudesse me impor.

Então, meu 4-4-1-1 / 4-4-2 acabou ficando meio incompleto. Acabamos indo pra frente e empurrando o time deles para própria área no final, mas só marcamos um gol, contra ainda por cima, o que não dá confiança para meu atancate . Isso no futebol é uma coisa apenas: na defesa o melhor é quem não erra. Ele custou a vaga na First Division. Logo ele foi o maior culpado e perdeu a condição de titular, mesmo podendo ser um goleiro de futuro. Green tem um monte de stats, mas seu hard work é 1, ou seja ele passa muito desleixo e é propenso a falhas básicas. Isso na defesa não dá certo. Ele ficou sendo o meu maior equívoco na temporada. Vou esperar o desenvolvimento no treino e jogando copas. Não disputávamos mais nenhuma copa desde quando assumi até o fim do calendário. O técnico anterior não foi longe.

Fechamos para balanço: o meia esquerda foi o melhor em média! No próximo ano, ele seria o meu "franchise player", o Lebron James. Passaria a dar mais funções para ele, setinha pra cima, fiz outra tática, agora um 4-4-2 / 4-4-1-1 com 2 jogadores já como MAE e MAD, o cuidado era apenas acompanhar o lateral. Para variação, marcar homem a homem o lateral. Essa disposição tática também é um pouco usar a engine do jogo, porque parece muito ofensiva, mas a CPU usa sempre que precisa de gol contra nós.

Assim, além do jogo equilibrado, com força na destruição de jogadas, e foco em neutralizar o dangerman (meia central e centroavante), jogo especulativo (mentalidade normal ou defensiva) e usando muito o desafogo pelas alas no contra-ataque, ganhei uma opção em que propomos o jogo para o próximo ano. Na intertemporada poderia fazer a diferença e reforçar o grupo para o próximo ano, fortalecendo a base construída nesse ano. A direção está bastante feliz com os progressos e indicou não ter muita ambição para o próximo ano. Isso dá muita tranquilidade para mim no emprego.

Como será o Norwich versão 2002-2003? Seremos invencíceis antes do Wenger, ou cairemos na mediocridade do meio da tabela, sem arriscar o emprego? Acho que a direção pode ficar tranquila quanto à manutenção na segunda divisão."

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